Ela girava como um ventilador. O vestido subia e descia. Os homens aproximavam-se para refrescar o calor que sentiam. As mulheres torciam para que lâminas decepassem os malandros.
No elevador, lembrava-se de quando subia correndo as escadas e as descia sentado, escorregando, degrau por degrau. Apesar das nádegas doloridas, subia correndo novamente. Repetia o ciclo várias vezes. Tardes inteiras.
Todo dia passava a lâmina pelo corte. Doía. O ferimento, nas costas, curaria-se caso parasse. Sem vê-lo, esqueceria. Não queria esquecer. Simples assim. O problema é que a lâmina estava ficando cega.